domingo, 20 de janeiro de 2013

VENTO

Da mesma forma que a Natureza dá, também tira. O inverno tem destes desaires.


foto da profª Anabela Ferreira


Sente no rosto no ar 
o vento que chega do sul 
que conhece de outros mares 
o sono e o acordar 
suas fúrias e preguiças 
suas ilhas à deriva. 
Sente no rosto no ar 
esse vento sem idade 
em estouvada viagem 
infinita e circular 
que conhece os estuários 
e as areias do deserto 
aldeias de sol e cal 
cidades tão longe tão perto. 
Sente esse vento sem freio  
que varre o silêncio dos vales 
e traz da lonjura consigo 
outras vozes outros risos 
de quem parecendo tão longe 
afinal ‘stá aqui contigo.

poema de João Pedro Mésseder, in Versos com reversos, Caminho

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