quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

BIODIVERSIDADE

Biodiversidade
O equilíbrio dos ecossistemas


É universalmente assumido que, hoje, por diferentes vicissitudes, desaparecem tantas espécies num só dia, como outrora desapareceram em grandes catástrofes naturais.

Depois de 2010 ter sido o Ano Internacional da Biodiversidade, as Nações Unidas lançaram na cidade de Kanazawa, no Japão, a “Década da Biodiversidade”. Durante os anos de 2011 a 2020, a ONU quer implementar planos estratégicos de preservação da natureza. “Garantir um verdadeiro desenvolvimento sustentável para o crescimento da família humana depende da diversidade biológica, dos bens vitais e dos serviços que ela nos oferece”, disse o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, em mensagem lida pelo Subsecretário-Geral para a Comunicação e Informação Pública das Nações Unidas, Kiyo Akasaka. No seu discurso, Akasaka ressaltou, ainda, que um ecossistema estável é capaz de gerar empregos e que a capacidade humana será testada nessa década. “Não podemos reverter a extinção. Podemos, no entanto, prevenir a extinção futura de outras espécies. Para os próximos dez anos o nosso comprometimento será de proteger mais de oito milhões de espécies e a nossa sabedoria em contribuir com o equilíbrio da vida será posta à prova”, complementou o Subsecretário-Geral. Para iniciar a Década, 2011 foi proclamado o Ano Internacional das Florestas.

No Agrupamento de Escolas de Arrifana, nas atividades desenvolvidas pelo clube Eco-Escolas, procura-se incutir o espírito conservacionista, no sentido de que é preciso travar a destruição de que está a ser alvo a natureza em ambientes como o nosso. Ensinamos, em suma, que não podemos nem destruir, nem usufruir de todo o espaço que existe no Planeta. Ensinamos, igualmente, que não é preciso ser-se cientista para nos apercebermos que o Ambiente está, inquestionavelmente, a modificar-se e que nós, todos nós, com os nossos atos conscientes ou não, contribuímos para a degradação ambiental.

Assim, depois de em 2010 termos tido problemas com uma praga de lagartas de processionária na escola, decidimos contactar a FAPAS para, por processos naturais, tentarmos, nos anos seguintes, controlar este problema. Estabelecido um protocolo de colaboração, deslocaram-se à escola dois biólogos que, através de workshops, ensinaram os membros do clube a construir comedouros e bebedouros artificiais para atrair as aves ao nosso meio, especialmente as insetívoras. Posteriormente, foi realizado um outro, onde ensinaram a construir ninhos artificiais, que foram colocados estrategicamente, segundo a sua orientação, nas árvores da escola. Hoje, podemos concluir que foi um sucesso a iniciativa, pois, para além de controlarmos a praga de processionária que era gerada por um desequilíbrio na biodiversidade do nosso ambiente, fixamos uma população de aves insetívoras onde se podem contar várias espécies de chapins, piscos de peito laranja, alvéolas e rabirruivos entre outros.

Diante deste cenário de sucesso, a melhor estratégia para se manter uma parcela indispensável de diversidade biológica na nossa zona, será viabilizar a sua evolução nos ecossistemas, o que pode ser feito através de pequenos atos, como por exemplo colocar ninhos em espaços públicos. Através de uma parceria com a Junta de Freguesia de Arrifana e a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira foi levada a cabo, no passado dia 19 de novembro, uma iniciativa de colocação de ninhos, atentamente acompanhada pelos alunos, os construtores dos mesmos, em diversas árvores do largo da Feira dos 4.

Preservar a biodiversidade não pode ser simplesmente um ideal apaixonado dos cidadãos com preocupações ambientais, assume-se, hoje, como uma necessidade premente, antes que determinados pretensos avanços se assumam no futuro como perdas irreversíveis para a humanidade.

 Projeto Eco-escolas
prof. Antero Resende

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